sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Algumas Evidências


Abaixo segue um texto da Economist sobre a corrida bancária que ocorreu na Inglaterra ontem, fato esquisito muito comum na crise de 1930 e o Crack da Bolsa de NY. O Banco Central Inglês teve até que emprestar dinheiro para salvar a instituição que não conseguiu crédito para arcar com suas despesas de curto prazo (ou seja, o sistema financeiro está restringindo os empréstimos interbancários, sinal de apreensão). Por que que só no Brasil a economia de Lula está às mil maravilhas?

Tem também um texto abaixo do Observatório da Imprensa falando do blackout que houve no Senado no momento da votação sobre a cassação de Renan Calheiros. A cachorrada do Senado Federal chegou a inventar a desculpa de pane nos sistemas para que votassem em sigilo. Simplesmente pediram pra cagar e saíram.


Hit by a rock
Sep 14th 2007From Economist.com
The credit crisis hits the high street
AP
A CENTURY ago, the depth of a banking crisis was measured by the length of the queue outside banks. These days, financial panics are more likely to be played out through heavy selling in share, bond or currency markets than old-fashioned bank runs. That makes the sight on the morning of Friday September 14th of a queue of people waiting (patiently in most cases) to take their money out of Northern Rock, a wounded British mortgage bank, all the more extraordinary. A crisis that started in America’s subprime mortgage market where dodgy loans were made to unsound borrowers has shaken the world’s financial capitals since mid-August. Now it has landed on the high street at one of Britain’s biggest mortgage lenders.


Northern Rock faced the triple ignominy of becoming the first British lender in 30 years to be granted a bailout by the Bank of England, losing 29% of its value on the stockmarket, and having to coax savers not to withdraw their money in a rush. (Customers queuing up in its home town of Newcastle reportedly burst out laughing when bank staff asked if anyone wanted to deposit money.) Its troubles weakened the world’s stockmarkets, and sterling also fell.

Yet Northern Rock appears to be less of a protagonist in the current credit crisis than a bad case of collateral damage. Its problems were caused not because it risked its shareholders’ money on poorly judged investments linked to American subprime mortgages, as many far bigger and more international banks have. Instead, it has been hit by a failure to borrow from other banks to fund its mortgage lending practices. The interbank market where such borrowing usually takes place has partially seized up in recent weeks because big banks are hoarding as much capital as they can to pay for the cost of their own bad investments.




In agreeing to bail it out, British financial authorities stressed that Northern Rock was “solvent, exceeds its regulatory capital requirement and has a good quality loan book.” The Bank of England charged the bank a penalty rate for the loans, but allowed it to borrow as much as it could provide collateral to support. That suggests the line of credit is potentially very large, but the neatest solution may eventually be its sale to a bigger bank.


The rescue has brought the crisis directly to the Bank of England’s front door. Until this month, it had stood aloof from efforts by America’s Federal Reserve and the European Central Bank to provide liquidity to banks to ease the crunch in the short-term money markets. Its governor, Mervyn King, this week made clear the importance of charging at penalty rates to prevent moral hazard. But Northern Rock is not alone among the world’s banks in funding itself in the wholesale markets. Until global interbank borrowing and lending opens up a bit, central bankers around the world will be watching anxiously for a repeat performance in their own neighbourhoods.


Texto Observatório da Imprensa:

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Renan e a Cachorrada




Dizem dos pesquisadores de fenômenos sociais que estes são mestres em prever coisas óbvias. Quando não é óbvio o pesquisador acaba por errar a sua profecia.

Um exemplo disso ocorreu ontem, no dia 12, quando Renan Calheiros foi absolvido.

Se pararmos para analisar o porquê deste este fenômeno recorrente da política brasileira (olha aí o eterno retorno, gente!!! Chora cavaco!!!) acabaremos numa única máxima, numa das poucas proposições aceitas como determinísticas e certeiras no mundo científico e político:

Pedir para cassarem em plenário Renan seria o mesmo que
pedir à Cachorrada para votar a favor da Carrocinha!

O maior problema disso tudo são as conseqüências para a credibilidade da instituição pública chamada no Brasil de Congresso Nacional. Como sabemos, quando as instituições estão em baixa, abrem-se margens para que algumas pessoas passem por cima das regras no intuito de colherem o poder e fazer valer suas decisões políticas sobre a população.

Somemos a isso a violência pública crescente e sempre “propagandeada” pelos jornais de horário nobre, a classe média esmagada pelos impostos, escândalos no poder executivo relacionados a roubalheiras: é uma panela de pressão pronta para explodir em uma ditadura.

O próprio Lula em um dos poucos momentos de luz nos chamou atenção a esse fato, que se continuássemos a bater assim no congresso desta forma isso daria margem a uma ditadura. O problema é que ele usou esse raciocínio lógico não no sentido de pedir a moralização dos 3 poderes, que é a verdadeira causa de tudo de ruim no Brasil. Ele queria algo diferente. Algo do tipo: pessoal, faça vista grossa. Se virem uma ladroagem num comentem muito não. Deixa a gente roubar tranqüila.

Ou seja, se virem uma cagada de um cachorrão chamado Renan na calçada, não se indignem. Desviem a tempo e finjam que não viram nada, mantendo sempre a elegância de ignorar os fatos desagradáveis da vida.

TEORIA DA CONSPIRAÇÃO: Enquanto isso, no mundo da economia, o dólar desceu abaixo dos R$1,90 mais uma vez desde a crise dos investimentos arriscados no setor imobiliário americano. Eita mar de tranqüilidade! Parece até que tem alguém dizendo assim: pode investir que eu garanto a ordem com punho de aço. Não sei por que, mas me lembrei do Médici e Delfim Neto.


Isso sim é eterno retorno.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

INFELIZ 11 DE SETEMBRO



O derradeiro 11 de Setembro.

Há 6 anos ocorria a hostilidade internacional em solo americano que mais matou . Foram ao todo 3.234 mortes (segundo wikipedia.org, Pearl Harbor tirou a vida de 2.333 pessoas ). Para termos uma idéia do tamanho desta ferida no orgulho dos Estados Unidos, neste momento sabemos oficialmente que a Guerra no Iraque, desencadeada por este evento e que dura incessantes 4 anos e 6 meses aproximadamente, matou 3.104 soldados do Tio Sam em combate.
(
http://www.antiwar.com/casualties/ )

Ou seja, Bin Laden conseguiu em um evento de poucas horas o mesmo número de vítimas americanas ou simpatizantes que 4 anos e meio de guerra. Ele é um ídolo pop, um semi-deus da guerra e da matança. Até postei uma foto dele (
http://oglobo.globo.com/blogs/moreira/post.asp?cod_Post=71605&a=88 ).

Como eu, o Andróide Paranóide, poderia escolher uma data mais infeliz e miserável para iniciar um blog que mostra como os seres humanos são previsíveis e irracionais? Para mostrar que suas respostas aos fatos que conduzem o mundo ao abismo só estão dando uma forcinha a mais?

Pois bem, assim, tento com esta página incitar a discussão pública sobre nosso padrão de eterno retorno às respostas dadas no passado. Quero aqui analisar fatos fazendo as conexões mais distantes entre o nosso presente com o nosso passado, pois essa conexão será uma pista do que podemos esperar pelo futuro. Sintam-se em casa todos os humanos ou máquinas que se interessam por geopolítica, estratégia, história, guerras, conflitos, teorias da conspiração.

E nunca se enganem, o Big Brother é o Google.