quarta-feira, 23 de janeiro de 2008


As Conseqüências Beligerantes da Economia

O dinheiro são os veios da guerra, já dizia Maquiavel. E o extremo desta afirmação foi alcançado durante as guerras mundiais, quando a chamada “Economia de Guerra” se desenvolveu para ajudar os países envolvidos no esforço da guerra total.
Também é claro que ninguém gasta dinheiro sem esperar algum retorno, e portanto sempre se espera um butim após vencer um confronto. Mas o que acontece quando os veios da guerra secam antes de uma vitória conclusiva? Antes mesmo que o butim seja distribuído e dê uma sobrevida ao beligerante?

Talvez a declaração de Mr. Bush Junior em visita ao Kuweit no último dia 12 de Janeiro de 2008 nos dê uma explicação. Foi declarado que a situação no Iraque está mais estável e que por isso poderá retirar algumas de suas tropas (20.000 soldados). Curioso foi o fato da declaração aparecer no meio do agravamento da crise das hipotecas subprime, que se espalha por todo o mundo, como indica a triste segunda feira de 21 de Janeiro, com todas as bolsas do mundo caindo alarmantemente. Na verdade, os EUA estão em uma sinuca de bico, e não poderão fazer outra coisa senão recuar em muitas das suas pretensões mundiais.

O fato da economia americana estar possivelmente caminhando para uma recessão (o que significa menos emprego, menos vendas, menos atividades e, claro, menos arrecadação do governo), de sua população estar bastante endividada com a bolha de crédito ao consumidor e de os EUA estarem com um déficit público e inflação crescentes bem como em conta corrente (déficit gêmeo do público) colocou uma forte restrição à guerra do Iraque. E também uma forte desconfiança do mundo em relação aos EUA – o Dólar, âncora do sistema financeiro internacional, se desvaloriza frente a todas as moedas de expressão.

Assim, o risco de um problema financeiro e econômico profundo para o EUA os está obrigando a recuar em diversas frentes. Vaza documento da CIA dizendo que o Irã não procura a bomba atômica, os EUA ficam calados com a retórica agressiva do Putin em relação à barreira de mísseis na Europa Oriental, é procurado um armistício na Palestina.
É meus amigos, ao que parece Bin Laden esta levando a melhor, afundou seu inimigo em um atoleiro maluco. Mas quem vai colher o butim desta vez, deve ser a China.

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