quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Renan e a Cachorrada




Dizem dos pesquisadores de fenômenos sociais que estes são mestres em prever coisas óbvias. Quando não é óbvio o pesquisador acaba por errar a sua profecia.

Um exemplo disso ocorreu ontem, no dia 12, quando Renan Calheiros foi absolvido.

Se pararmos para analisar o porquê deste este fenômeno recorrente da política brasileira (olha aí o eterno retorno, gente!!! Chora cavaco!!!) acabaremos numa única máxima, numa das poucas proposições aceitas como determinísticas e certeiras no mundo científico e político:

Pedir para cassarem em plenário Renan seria o mesmo que
pedir à Cachorrada para votar a favor da Carrocinha!

O maior problema disso tudo são as conseqüências para a credibilidade da instituição pública chamada no Brasil de Congresso Nacional. Como sabemos, quando as instituições estão em baixa, abrem-se margens para que algumas pessoas passem por cima das regras no intuito de colherem o poder e fazer valer suas decisões políticas sobre a população.

Somemos a isso a violência pública crescente e sempre “propagandeada” pelos jornais de horário nobre, a classe média esmagada pelos impostos, escândalos no poder executivo relacionados a roubalheiras: é uma panela de pressão pronta para explodir em uma ditadura.

O próprio Lula em um dos poucos momentos de luz nos chamou atenção a esse fato, que se continuássemos a bater assim no congresso desta forma isso daria margem a uma ditadura. O problema é que ele usou esse raciocínio lógico não no sentido de pedir a moralização dos 3 poderes, que é a verdadeira causa de tudo de ruim no Brasil. Ele queria algo diferente. Algo do tipo: pessoal, faça vista grossa. Se virem uma ladroagem num comentem muito não. Deixa a gente roubar tranqüila.

Ou seja, se virem uma cagada de um cachorrão chamado Renan na calçada, não se indignem. Desviem a tempo e finjam que não viram nada, mantendo sempre a elegância de ignorar os fatos desagradáveis da vida.

TEORIA DA CONSPIRAÇÃO: Enquanto isso, no mundo da economia, o dólar desceu abaixo dos R$1,90 mais uma vez desde a crise dos investimentos arriscados no setor imobiliário americano. Eita mar de tranqüilidade! Parece até que tem alguém dizendo assim: pode investir que eu garanto a ordem com punho de aço. Não sei por que, mas me lembrei do Médici e Delfim Neto.


Isso sim é eterno retorno.

Um comentário:

Anônimo disse...

o texto realmente precisa ser justificado pela direita? (digo, pela margem)