segunda-feira, 3 de março de 2008

Macaquito que ladra não morde




Toda vez que ouço uma declaração do Hugo Chávez me lembro da Tita, a pincher de um amigo meu. Nossa, como aquela cadela latia! E era só pisar mais forte que saia correndo. Não está sendo diferente agora, com esta fajuta escalada de tensões entre o Equador, Colômbia e Venezuela.

Até mesmo se recapitularmos os acontecimentos, veremos que as chances de deflagração do conflito são bastante remotas. Ninguém ali deseja um conflito, pelo menos não nesses termos. Tudo que há é um circo para os macaquitos cocaleros continuarem achando que o salvador da pátria é “mutcho matcho” e que todos devem se ajoelhar diante dos impávidos colossos que são suas nações pseudo beligerantes.

Tanto que o presidente do Equador, o Rafael Correa, no primeiro momento nem deu tanta importância ao fato da “invasão à soberania equatoriana de 1.800 metros”. Só depois que seu pária, digo, seu par, Hugo Chávez, começou a latir que ele se viu na obrigação de radicalizar usando de pretexto o relatório de suas forças armadas sobre o local do conflito.

Além disso, temos que levar os fatos comerciais em consideração. Hoje, quem fornece gás natural para o pólo produtor de petróleo do lago Maracaíbo é a Colômbia, através do investimento bilateral para a construção do gasoduto que liga os dois países. Sem contar na contrapartida do projeto de um oleoduto da Venezuela para o litoral colombiano a fim de escoar e distribuir petróleo para as nações do Pacífico.

O mesmo se dá entre a Colômbia e o Equador, com um comércio bilateral de cerca de uns US$ 3bi. Ou seja, a questão não é tão simples.

Na verdade o que está em jogo são as eleições estaduais e municipais venezuelanas que ocorrem este ano, a recém fundada aliança de solidariedade militar entre Venezuela, Nicarágua, Equador e Dominica que é uma idéia de jerico sem o menor respeito e a perda de popularidade do presidente venezuelano.

Um indicador é a aparente não movimentação militar, em contradição às declarações de mobilização de tropas para a fronteira. Ou seja, tudo até agora está no domínio da retórica inflamada.

Mas quem está ganhando este jogo? Claro que é o Uribe. A Colômbia prossegue em seu silêncio oficial sobre o assunto, pediu desculpas formais ao Equador, denunciou seus vizinhos na ONU por abrigarem terroristas, meteu a porrada nas FARC sem que ninguém possa fazer uma retaliação e está colocando a esquerda festiva latino-americana cada vez mais afundada no mar de lama da descrença pública. Não me surpreenderia se nessas eleições ocorresse mais uma boa derrota ao grupo da situação venezuelano. E aliás, daí que vem a pequena chance de um conflito, da quantidade de m#$%erda que o Uribe está jogando no ventilador.

Como já diz outro ditado, uma ação pode valer mais do que mil palavras.

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